O Machismo está morando ao lado

Através dos tempos a mulher tem sido colocada e vista, em grande parte, por culpa de religiões através do mundo (e neste quesito nenhuma escapa), como um ser inferir, indigno, pouco confiável, uma mercadoria que deve ser passada. Nos primórdios da religião denominada cristã ela foi usada como exemplo do mal para tentar “abafar” os desejos carnais daqueles sacerdotes que deveriam se manter puros, mas que na sua maioria não conseguiam, o que até os tempos de hoje se pode observar (nada mais do que uma grande hipocrisia), era tida como mercadoria de trabalhos domésticos, áquela que era propriedade do pai quando criança e passava a ser propriedade do marido quando casava-se, tendo que ser servil e totalmente submissa a ele, eternamente propriedade de alguém, alguém que não era ela mesma, não tendo identidade individual, tão pouco voz ativa, e tendo que dar graças pelo direito á escolha da vida casta e austera religiosa se gostaria de “escapar” da vida matrimonial. A prostituição era o mal necessário para poder manter a gula sexual daqueles que não poderiam trazer a público ou ao homossexualismo.

Muitos ressaltam os direitos adquiridos através dos tempos pelas mulheres: o direito ao voto, ao estudo, ao trabalho, a ter opinião, etc. Todos acham que tudo mudou, estamos num mundo moderno, evoluído, pra frente. Acho, sinceramente, que isso tudo é uma inverdade muito grande. O machismo que fez as religiões, é o mesmo machismo que fez os costumes, que pariu e educou as mulheres este tempo todo. Foram muitas as conquistas, mas elas não foram totais. As amarras ainda existem e estão camufladas num diálogo de modernidade. A mulher vem sendo monitorada de perto por idéias e costumes machistas e devem o seguir a risca; aquela que aventura-se fora dos muros da castidade é imediatamente apontada, rotulada.

Desde pequenas as meninas são criadas para seguirem certos modelos, atitudes e virtudes apontadas pela sociedade e o pior de tudo, por suas mães. Ai chega-se ao ponto principal! Nota-se que o machismo está profundamente enraizado na mulher, ela mesmo se recrimina, se pune. Muito se fala “a mulher é machista por que quando vê alguma mulher com roupa curta logo chama a outra de vagabunda”, vejo que há uma diferença entre ver uma pessoa que se veste com bom gosto da outra de péssimo gosto, não vejo machismo ai, somente uma verbalidade incorreta.

Contudo, infelizmente, e era neste ponto que eu gostaria de chegar que famílias que possuem em seu seio pessoas, de ambos os sexos, com pouca instrução, ou nenhuma, costumam ser muito machistas, criando suas filhas como no tempo das bisavós, onde as meninas são criadas para obedecerem a seus maridos, cuidar da casa (“o serviço doméstico é da mulher, não é trabalho de homem”, “Jamais me peça para lavar uma louça, acho uma afronta”, entre outras frases sem cabimento), alcançar utensílios nas mãos dos mesmos, preparar-lhes o banho, não maquiar-se em hipótese alguma ou se o faze-lo utilizar cosméticos que passem despercebidos, nada de vaidade, nada de compras desnecessárias, servir-lhes os pratos, ter pouco contato com os familiares (os familiares da mulher são sempre maléficos, por que “põem idéias na cabeça delas”). Sim! Isso acontece nos dias de hoje!

Parece absurdo, mas existem mulheres que se rebaixam a tais atos; e apesar de se dizerem felizes é visível a tristeza em seus olhos. Algumas acham perfeitamente normal e corretas tais atitudes. Frases do tipo “faça isso pra mim eu trabalhei o dia todo e você não fez nada, só ficou em casa” são muito freqüentes e se inquiridas sobre em resposta sempre vem algo como “coitado, trabalhou o dia todo vou fazer as coisas para ele”. Mas e a mulher? O trabalho de casa não é trabalho???!! Eu caracterizo o trabalho do lar como trabalho braçal: extremamente cansativo, exaustivo e repetitivo.

Outro fato que entristece é a educação designada aos filhos, do sexo feminino e masculino, a menina faz o trabalho de casa junto com a mãe desde pequena, o menino só brinca e “ganha tudo à mão”. Isso é claramente visto pelos brinquedos designados a ambos: as meninas bonecas e os meninos carrinhos. As meninas treinam para serem mães e os meninos para serem profissionais. Devo lembrar que de cada 400 famílias 399 ensinam seus filhos, de ambos os sexos, desta maneira, e a única família que ensina o contrário é uma rara exceção, mas que deveria ser a regra! Vejo nos dias de hoje marmanjos com seus 30 anos que chegam em casa no fim de dia de trabalho (Sim! Eles ainda moram com os pais!) e ganham seu “toddinho” preparado pelas mãos da mãe, a roupinha pro banho esta separadinha, levantam pela manhã de suas camas e sequer estendem o lençol sobre o qual dormiram, não ajudam em nada do serviço doméstico absolutamente e se uma pessoa de fora do convívio desta família chegar a dar a idéia de dar tarefas ao “machinho” é recebida com desaprovação e espanto, como se tivesse acabado de cometer um crime contra a humanidade, e um crime com testemunhas oculares.

Claro que hoje em dia existem homens de ajudam no serviço doméstico, com os filhos, alguns ate ficam em casa para que suas mulheres trabalhem, mas eu mesma tenho visto muitos casos contrários, o que é muito triste além de alarmante! Isso não é feminismo!! Outro dia li um texto num blog onde o autor (que se dizia machista) alegando que não achava machismo classificar o trabalho entre “trabalho de homem e de mulher” e fazia comparações com “abrir a porta do carro”, que pra mim é educação não machismo. Acho perfeitamente certo e saudável que tarefas domésticas, tanto como do trato dos filhos, sejam divididas igualmente, em vista que tanto homem quanto mulher, trabalham “fora” e ambos merecem descanso igual! Logo também acho absurdo que mulheres exercem serviços braçais, como limpeza de pátios e afins, não por incapacidade (tão pouco machismo), mas por questões físicas (força, etc.)

Claramente a mulher apesar de tudo não é um ser evoluído, por que ainda se submete a tais atos, e as que se negam segui-los são no mínimo criticadas e mal vistas, classificadas como amargas, degeneradas, mal amadas, frigidas. (risos) Por quê? Por que não são servis a seus homens? E diga-me: um homem deixa de ser homem ao ajudar sua esposa no trabalho doméstico e com os filhos? Quantos de vocês já ouviram as seguintes afirmações da boca dos “machões”: quando o filho dá orgulho “você viu meu filho?”, ou quando fazem algo errado “mulher! Você viu o que seu filho fez?”???

Sem falar no fato de como cria seus filhos: as meninas sob rígidas maneiras e limites e os meninos sem limites algum, livres para ir e vir, fazer o que bem entenderem. Acho que absolutamente isso deve mudar: a visão que a mulher tem de si mesma e das atitudes que deve e pode tomar e a partir disso repassar para seus rebentos. Só assim as coisas irão mudar, pois as amarras estão nelas mesmas; apenas repetem o velho refrão machista.

A mulher não deve andar atrás do homem, nem mesmo a frente! Ela deve andar ao lado!





Uma pequena amostra de alguns textos antiguissimos que falam sobre a submissão feminina dada como uma lei a ser seguida: "As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.... Como, porém, a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido" (Efésios 5:22,24). "Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor" (Colossenses 3:18). “As mulheres mais velhas sejam orientadas para ensinar as mais novas a serem "…sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada" (Tito 2:3-5). "Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido..." (1 Pedro 3:1).”

OBS: alguém me diz quem ainda segue isso?

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